segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Para quem acha que artrose não tem tratamento

A osteoartrose ou osteoartrite, popularmente conhecida como artrose, é uma doença osteomuscular que acarreta sérias dificuldades na vida diária dos pacientes, pois gera numerosas incapacidades que não só afetam o seu estado de saúde, como também apresentam uma série de implicações psicossociais, ocupacionais e familiares.

Essa doença carrega sobre si o mito de não ter tratamento, fazendo com que os portadores dessa patologia padeçam sem a atenção médica devida mesmo nos dias de hoje.

Os problemas fundamentais do paciente com osteoartrite são:

1.. Dor articular
2.. Rigidez matinal
3.. Diminuição do movimento articular
4.. Perda da função articular
5.. Diminuição da força muscular
6.. Diminuição da resistência muscular
7.. Mau alinhamento articular, com deformidade articular
8.. Alteração da marcha
Os pacientes portadores de osteoartrite devem ser sempre avaliados por um clínico ou especialista pois, ao contrário do que algumas pessoas imaginam, não existe apenas um tipo de reumatismo.

Devido às dores crônicas articulares, os portadores costumam automedicar-se, com analgésicos que podem provocar desde constipação intestinal até problemas renais graves, além disso podem mascarar o quadro clínico da doença. Em casos raros, remédios que contenham dipirona podem causar aplasia de medula, doença extremamente grave e de alta mortalidade que afeta a produção de células da medula óssea. Também é comum o uso de antiinflamatórios que freqüentemente causam gastrites, úlceras que muitas vezes vêm acompanhadas de hemorragia digestiva, principalmente nos pacientes com mais de 65 anos, nos tabagistas, nos consumidores crônicos de álcool ou naqueles que façam uso constante de outros medicamentos. Esses grupos de medicamentos também podem provocar freqüentemente lesões hepáticas e insuficiência renal, nos pacientes portadores de hipertensão arterial, podem causar crises hipertensivas. Ainda os miorelaxantes podem causar depressão, sonolência, apatia e predisposição a quedas, principalmente em idosos.

Como se pode notar, a automedicação com analgésicos, antiinflamatórios e miorelaxantes pode acarretar sérios riscos à saúde. Como agravante, alguns pacientes ainda ingerem substâncias antiinflamatórias associadas de corticóides, expondo-se a riscos como retenção de líquido, hemorragias digestivas, hipertensão arterial, osteoporose, diabetes, entre outras.

Torna-se prioritário o diagnóstico entre as diferentes formas de reumatismo como passo inicial para uma abordagem e tratamento adequados. Deve-se considerar que dores articulares podem não ser de origem reumática, em alguns casos tratando-se de doenças como infecções, câncer ou algumas doenças psiquiátricas, principalmente quando as mesmas vêm acompanhadas de: cansaço importante, debilidade, febre, perda de apetite e perda de peso.

Após o diagnóstico correto e a certeza de quais articulações estão afetadas e em que grau de intensidade, inicia-se o uso, preferencialmente, de medicações que devem ser indicadas de modo individualizado, conforme os riscos e contra-indicações de cada caso.

Recentemente, graças aos estudos realizados por pesquisadores das terapêuticas Ortomoleculares, descobriu-se que a L-glucosamina e o condroitin-sulfato reduzem a progressão da doença, conforme publicado na renomada revista científica Lancet em 2001.

Reabilitação - a evolução dos estudos na reabilitação da osteoartrite, derrubaram alguns mitos como:

- A indicação de frio ou calor na articulação comprometida, pois não há evidências na literatura atual que proporcione bases terapêuticas desta forma de tratamento.

- Ultra-som e laser - não há evidências significativas de que tratamentos isolados de calor profundo gerem resultados, se não forem associados a exercícios e programas de reabilitação física.

Mas, sem dúvida, a grande mudança de paradigmas na reabilitação de pacientes com osteoartrite - seja para diminuir a dor ou para melhorar a amplitude do movimento articular e evitar o sobrepeso nas articulações lesionadas - foi a comprovação de que exercícios de musculação são muito superiores à hidroterapia tão amplamente usada.

Nos dias de hoje, evidências importantes publicadas estabelecem que submeter o paciente a um programa específico de exercícios supervisionados com pesos, é mais eficaz do que simplesmente indicar a prática da atividade física, principalmente quando associada de redução do peso corporal entre 5% a 10%. Segundo as diretrizes da Sociedade Americana de Geriatria, as recomendações para esses pacientes consistem em adaptar o programa à idade e à funcionalidade do paciente e principalmente concentrar-se no fortalecimento e flexibilidade com exercícios de musculação, antes de se considerar o treinamento aeróbico.

Vários estudos científicos já concluídos têm demonstrado que os pacientes portadores de osteoartrite, principalmente de quadril e de joelho, apresentam melhores resultados com exercícios resistidos (musculação), quando comparados a exercícios aquáticos. Os exercícios de musculação possuem ações diretas no processo de reabilitação da osteoartrite, pois é comum observar atrofia e fraqueza dos músculos ao redor da articulação lesionada e somente a musculação pode melhorar esta atrofia.

Nos idosos esse quadro de atrofia muscular é mais acentuado pela perda de fibras musculares do Tipo II - também chamadas de fibras brancas e somente os exercícios de musculação desenvolvem este tipo de fibra, já que os exercícios aeróbicos somente trabalham com fibras do Tipo I, também chamadas fibras vermelhas. Essa modalidade de treinamento diminui o tempo de marcha e melhora a mobilidade articular, além de melhorar a potência muscular, proporcionando controle do equilíbrio corporal e diminuição da dor com menor risco de quedas.

Mesmo pacientes com incapacidade total para mobilidade articular podem realizar exercícios de musculação em isometria (contração muscular sem movimentar a articulação), recomendados para manter o tônus muscular principalmente do quadríceps, dos músculos do quadril, glúteos e da musculatura da coluna e abdome.

Quatro pontos são extremamente relevantes nos exercícios de musculação para idosos:

1.. É a melhor forma de exercício para tratamento da osteoporose (os exercícios realizados na água não acarretam ganho de massa óssea, podendo inclusive diminui-la, por se tratarem de exercícios sem o efeito da gravidade, principal fator de estimulação para ganho de massa óssea) e os pacientes portadores de osteoartrite, na grande maioria das vezes, apresentam osteoporose associada;
2.. Não requerem aptidão prévia, existindo, nos dias de hoje, aparelhos adequados para essa população geriátrica;
3.. Apresentam menores riscos cardiovasculares do que uma simples caminhada de intensidade moderada no plano, principalmente para pacientes portadores de doença cardíaca grave;
4.. Pelo incremento de força muscular, aumentam a funcionalidade, diminuem o risco de quedas e devolvem a independência de vida ao idoso, fator esse de extrema relevância para manter a sua auto-estima elevada e qualidade de vida Nos casos de osteoartrose de quadril e joelhos, quando essa não apresenta condições de reabilitação, o implante de próteses está indicado e vem demonstrando excelentes resultados, quando realizado por profissional capacitado, com material adequado e com os devidos cuidados de reabilitação pós-operatório. 

Fonte: http://www.bastaclicar.com.br/noticias/noticia_mostra.asp?id=374

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